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8.Culpa
“O destino é o que baralha as cartas,
mas nós somos os que jogamos.”
Parei meu carro em
frente a casa de Walter, fiquei paralisada tentando organizar as ideias. Até aquele momento eu
não tinha perguntado nada sobre a morte de George, imaginava que as respostas
viriam com o tempo, só que agora eu precisava saber.
-Como assim? Como responsável?
Antes de Andry abrir a boca Antony já estava perto carro.
-Você não sabe ainda como ele morreu?
-Não, agora termine o que começou.
-Não é minha responsabilidade. -Andry abriu a porta e saiu rápido, tentando
fugir dom assunto. –
-Tony, quanto tempo mano!!
-Você não vai mesmo me falar mais nada? É Assim você começa
um assunto e não termina?
-Do que ela está falando Andy? _ Antony o encarou –
-Nada, eu só não sabia que vocês não contaram de como George
morreu, e entrei no assunto.
-E o que você disse exatamente? – Antony perguntou._
-O que ele disse? Isso não importa, eu quero saberá verdade
e agora.
-Nervosinha ela? Deve estar dando trabalho! – Andry ainda
brincava com a situação. –
-Ela é sim, mas não esta sendo tão difícil como você. –
Antony também não. -
-Vocês dois vão parar de gracinha e me contar a verdade?
- NÃO!!!! –Sr Walter saiu interrompendo._ Isso não cabe a
eles, eu conto, venha Melissa entre, e você Andy vá tomar um banho trocar essas
roupas, depois iremos jantar.
Passei pelos dois e fui ate a casa, Sr Walter fez um sinal
para entrar, eu o acompanhei ate o escritório ele fechou a porta.
-Sente-se, a História é um pouco longa.
Sentei-me em uma poltrona perto da janela, Sr Walter ficou
olhando para fora, como se não quisesse me encarar.
-Então é verdade o que Andry disse? O Sr é responsável pela
morte de George?
-Veja bem minha querida, Andy, é um rapaz rebelde e tira
suas próprias conclusões com certas situações, entretanto nesse caso ele tem
razão, se não fosse por minha negligencia seu pai estaria conosco ainda.
-Como negligencia?
-Eu não cumpri meu trabalho de guardião como deveria,
começando por me apaixonar por Alacya, não foi sua beleza externa que realmente
era magnifica, mas sua pureza de coração que me encantarão, em pouco tempo
estávamos apaixonados e eu mal sabia o que poderia causar isso, sabia de
complicações, sem imaginar que colocaria tantas vidas em jogo.
-O que aconteceu Walter?
-Eu cometi muitos erros, quando casamos Tamyres mãe de
Alacya declarou guerra, ela não se conformava com o que aconteceu, Alacya era
tão poderosa quanto ela e deixou tudo para traz com sua escolha, com a gravidez
ouve uma trégua, Tamyres nos procurou e queria um acordo, que se Alacya
estivesse esperando uma menina, eu deveria deixa-la conviver com as Bruxas e
deixar ela escolher que vida queria. Eu sabia o que ela queria realmente,
imaginou que sendo um caçador uma filha minha seria uma bruxa muito mais
poderosa que todas, mas como Alacya amava muito a mãe e não renegava sua origem
me convenceu a concordar. Quando soubemos que eram meninos gêmeos tentamos
esconder, mas nunca tente esconder nada de uma bruxa determinada, é obvio que
ela descobriu e sua ira ficou maior ao visitar-nos e ver o estado de Alacya.
-Alacya ficou muito mal?
-Sim, Melissa há muito na natureza das bruxas que se é
desconhecido, contudo isso é um fato, quando engravidam fora do acampamento e
da proteção do clã, elas enfraquecem e pelo fato de serem gêmeos, e caçadores,
eles sugavam mais de sua magia, a magia da juventude.
-Magia da juventude?
-Claro que só se deve a Magia elas conseguir ser Jovens por
tanto tempo. E na falta da Magia, a juventude acaba, e a cada dia eu vi minha
Alacya envelhecer e morrer.
-E meu pai, aonde entra?
-Nós Melissa como caçadores guardiões temos uma defesa
contra certos seres místicos que vocês os supremos não tem, mas é nossa função servir de escudo para vocês, os protegemos contra os poderes feitiços ou
qualquer coisa que os deixe vulneráveis em uma luta ou batalha. E eu falhei.
Walter olhava ainda ao longe, como se buscasse as lembranças
mais dolorosas de sua mente, em seus olhos percebi que se formavam lagrimas.
-Seu pai e eu éramos mais que meros guardiões, éramos
amigos, inseparáveis, casamos
praticamente juntos ele amava Jeane com paixão, e estávamos todos muito
felizes, eu apesar de tudo até ali agradecia pelo presente de ter encontrado o
amor, quando Alacya deu a luz sua mãe viu seu estado, ficou muito irritada, eu
não quis me afastar dela sequer um minuto e nem me dei ao trabalho de ler na
mente daquela bruxa seu plano.
-Que plano?
-Ela se aproveitou do fato de estarmos vulneráveis, e quis
me dar o troco, tirar o que era mais precioso, ela não conseguiria tocar nos
meninos por serem guardiões, e sabia de minha amizade ser muito importante, ela
transferiu esse ódio para os caçadores e jurou acabar conosco, começando por
George, como eu estava em casa com Alacya ela confundiu a mente de George o
guiando para a floresta, sua mãe foi atrás tentando fazê-lo escutar, era inútil, ele nada ouvia e quando
ele estava longe o bastante ela o matou, sua mãe viu tudo, e como você estava
no seu ventre por um momento de adrenalina ou desespero, ela consegui correr o
bastante até chegar a mim e estar segura da bruxa, e me pedir ajuda
O resto você já sabe eu ajudei a chegar a seus pais adotivos
-Walter não se culpe. – Eu levantei e
fui ao seu lado.- você não foi negligente, só pensou em suas prioridades, e
naquele momento era sua esposa.
-Você não entende, Melissa, esta é nossa vida, não podemos
nos dar o luxo de uma vida pessoal atrapalhar que qualquer deslize algo sai
errado.
-Não diga uma coisa destas. – percebi que chorava também. -
-Querida, é assim e não posso mudar, eu só sinto de meu filho
não entender como você. – ele me abraçou.
-Só de tempo ao tempo, eu também não aceitei bem as coisas
no começo lembra, agora estou aqui, Andry é homem e os homens tendem a ser mais
devagar que as mulheres. -Walter riu de minha lógica.
-Então vamos almoçar menina.
Sentamo-nos á mesa Andry chegou depois de cabelos molhados
não contive e olhei para ele por mais tempo que o necessário.
-Que foi? –Andry perguntou percebendo que eu o encarava. -
fiquei vermelha e abaixei a cabeça.
-Nada, só acho incrível, vocês são iguais, quer dizer como
faço para não confundir. Ri de minha piada sem graça sozinha.
- não somos não, Tony é mais baixinho.
-Só 45 cm. E você é mais gordo
-Não sou mais, eu agora malho.
- Meninos, não é hora para isso,temos visita e é uma moça,se
comportem.
Eu ri de como era tudo tão simples e natural, como por
algumas horas pudemos esquecer-nos de toda esta história de caçador de bruxas
de lua cheia, mas ai Antony me puxou para a realidade.
Após o jantar ele ma chamou.
-Melissa, precisamos fazer a ronda.
-Pensei que eu merecia uma folga.
-Não se há folga quando temos um perigo rondando.
Andry escutou a conversa e tentou entrar no assunto:
-Que perigo?
-Há, agora você quer saber!? Desde quando você se interessa?
-eu não me interesso, é só curiosidade, será que a mocinha
aguenta?? – ele falou isso me encarando de lado com um sorriso torto, seria
lindo se não tivesse duvidando de minha capacidade. –
-Mocinha?? O que você quer dizer com isso?
-è que está tudo errado, a milênios os caçadores supremos
são homens e agora você, não sei não, acho que o futuro da humanidade esá em
risco. – ele continuava com aquele ar de deboche. –
-Vamos parar de discussão, Andy, você fique quieto, Melissa
é incrível até para uma garota.
-Há THÀ!!!! Agora os dois vão discutir a capacidade de uma mulher,
saibam vocês que as mulheres fazem tudo e até mais que um homem, vamos Antony
antes que vocês falem mais asneira.
Durante a Ronda que fazíamos eu perguntei para Antony sobre
seu irmão e ele com um olhar de tristeza me contou que Andry nunca quis esta
vida,que ele não queria ser um caçador, e por isso sempre ficava longe.
-Man Antony, se pode desistir assim?
-è muito complicado principalmente em nosso caso, quando
nascemos, foi como se dividissem um guardião ao meio.
-Como assim?
-veja bem, nós se protegemos contra o místico.
-sei seu pai meio que contou isso, você comentou algo e nos
livros que lemos também explicava.
-Então entenda, é algo raro e até único que aconteceu
conosco, meu pai não sabe se é o fato de sermos filhos de uma bruxa, ele só
sabe que nenhum de nos dois é completo, eu sou um escudo fiquei com esse poder
da proteção e até leio as mentes das criaturas mas só se elas deixarem, como se
pensassem alto, já Andy ele ficou com os sonhos.
-Como assim?
-Com os sonhos conseguimos saber de algo muito perigoso, e Andy também pode ler as mentes das
criaturas, mas como eu somente quando pensam alto.
-E como fica se ele não quer?
-Andy acha que aparte dele não é importante, contudo sem os
sonhos não podemos prever situações que podem ser evitadas.
-No caso desses desaparecimentos, será que ele já sonhou
algo?
-Andy está longe a tempos, ele não faz questão de que tenha
estes sonhos assim fica difícil, pois como você precisa de treinamento para
lutar nós também precisamos treinar e se concentrar em nossos poderes.
-Seria bom saber algo, assim agente saberia o que esperar.
A ronda foi calma e pela manha Andy foi casa e eu fui para
minha, a lua cheia estava chegando e eu estava começando a ficar preocupada, eu
não tinha a menor ideia do que estávamos procurando, só sabia que se eu não fizesse
nada outra menina iria desaparecer isto me deixou muito mal.
A lua cheia chegou, Antony e eu continuávamos o treinamento
e as rondas, uma manha eu não consegui
dormir estava preocupada de mais com que poderia acontecer esta noite, foi
quando alguém bateu em minha porta.
-Oi, desculpa incomodar, mas há algo que tenho que te contar
antes que eu enlouqueça.
-Andry? Entre.
Andy estava muito nervoso e preocupado.
-Sente, o que foi você está bem?
-Não Melissa, eu nunca estou bem, essa maldição que temos em
nossas vidas não sei como conseguiu aceitar tudo tão na boa?
Andry estava transtornado.
-Calma o que exatamente você veio fazer aqui?
- Melissa, quando te vi na livraria eu sabia quem você era
porque já vejo você a tempos.
-Como?
-esses malditos sonhos, a mais ou menos um ano eles começaram,
eu achei que estando longe de tudo eu não teria essa maldição, mas estava
enganado, eles vieram com tamanha força, eu chegava achar que estava louco,
toda noite lá estava você em meus sonhos me pedindo ajuda.
E agora a mais ou menos seis meses, eu vejo algo pior.
Eu fiquei calada esperando ele continuar, mas ele estava com
as mãos em seu rosto como ficasse envergonhado do que iria falar.
-Fala logo, o que é pior?
-Eu vejo você morrendo, e em meus sonhos eu acordo com
sentimento de culpa, como se eu pudesse ter evitado, eu saio à noite, bebo,
tento deixar minha mente longe, só que tudo em vão eu continuo vendo você ali
morta, e continuo com a culpa. E há um mês eu vi, vi o que causaria sua morte,
tantos anos evitando o que eu sou, e agora essa maldição me trouxe aqui.
Eu fiquei perplexa,se já era ruim eu estar preocupada com as
meninas desaparecidas, agora eu teria que me preocupar com minha morte.
-E que vai me matar?
-A tal bruxa, Mãe de minha mãe.
-Sua Avó, você quer dizer.
-Não ouse dizer que sou neto de um monstro, olha Melissa eu
fugi minha vida toda desta maldição que é minha vida, mas vejo que é inútil, vejo
que isto vai me perseguir o resto da vida, então eu tomei uma decisão, eu tenho
uma necessidade de te proteger, e se este é o meu carma, eu o pagarei, eu vou
ser um caçador guardião com vocês.
Andry falou isto cuspindo as palavras, quando eu já estava
perplexa com tudo que ele me contava, ele se levantou e continuou.
-Sei que está cansada, mas temos que falar com Tony, eu
também já sei o que está atrás das garotas, e sei aonde ele estará esta noite.
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