Festa
“As pessoas estão se afastando rápido demais por
qualquer eventual desentendimento. Encontram na separação e no distanciamento
um meio de resolvê-lo. Quando aproximam-se de outra, deparam-se com mesma
situação, cometem o mesmo erro. Elas estão esquecendo de entender que o
sentimento verdadeiro e honesto supera qualquer eventual desentendimento, sem
necessitar do "cada um no seu canto" repetidas vezes.”
Suzanne Leal.
Desde que vim para essa cidade às únicas pessoas que tive
contato foi com Antony e Sr Walter, e com a garota do mercado, quando ia raras
vezes comprar algo, agora conheci Ady e ele veio com essa ideia louca.
Estávamos na sala da casa do Senhor Walter, e Andry começou a
falar de seus sonhos, contou das visões de minha morte e algo maior.
-Pois eu vi o que está raptando as meninas, e com sorte
encontraremos elas vivas.
-então fale logo.( eu já estava impaciente com este
mistério.)
-Pois bem, quando o vi, só percebi que se parecia com um
tipo de lobo meio homem, então me lembrei das histórias das misturas de raças
então percebi que não é nada de que tenhamos registros, só que o ritual que
estão se preparando para fazer necessita de quatro virgens.
-Eles já tem três( Antony lembrou)
-Pois bem então temos que agir rápido.-Andry ainda
continuava.-
-pois agora você quer ajudar? – Antony perguntou
desconfiado-
-se essa é a chave para meu sossego mental, eu vou ajudar
sim.
-tá sem enrolar, você me disse que sabe onde eles estarão.-
já não aguentava o suspense.
-Sim, lembra- se Tony, que dia é hoje?
-Sim, é aniversário da Shiovan.
-Tá e o que tem haver o aniversário dela?
-Eles estarão lá, e se é lá que eles estarão nos vamos
também.
-mas eu não conheço ninguém.
-Você conhece a aniversariante, já basta.
-e sem ser convidada, que falta de educação.
-Shiovan , não convida ninguém, ela sabe que todo mundo vai
sempre, é o acontecimento do ano para os jovens dessa cidade pequena.
Fui para casa me arrumar, o abrir o armário avistei o
vestido vermelho ao fundo, de inicio iria ignora-lo, ele já tinha virado peça
de museu, era o vestido que minha mãe viu na vitrine na nossa ultima compra
juntas, e disse que eu ficaria linda nele.
Imaginei que como a cidade pequena e Andy se referiu a festa
como acontecimento do ano, esse era ideal.
Ele era de cetim, e escorregava levemente no corpo, chegava
a altura do joelho, tinha alças finas, e deixava o corpo bem desenhado.
Coloquei uma sandália preta, muito alta por sinal, me
maquiei ergui meus cabelos , quando olhei no espelho, nem mesmo me reconheci,
fazia tempo que não me arrumava.
-Pronta, você esta uma gata.- falei para meu reflexo.
Se a situação não fosse complicada eu diria que estaria
muito feliz por ter uma festa para ir depois de muito tempo, lembrei-me que não
fui nem em minha formatura, e esse era o vestido que eu iria usar.
Retirei as lembranças ruins de minha mente, imaginei que se
minha mãe estivesse viva estaria muito feliz em me ver.
A companhia tocou, deviam ser os rapazes, Antony sabia que
eu deixava a porta aberta, ele só avisava que estava entrando com a companhia.
Cheguei a escada e fui descendo os degraus, incrível como
esses dons que tinham não me deixavam sem equilíbrio em cima deste salto,
quando olhei para os dois eles estavam muito lindos, não se poderia dizer quem
estava mais, cada um com sua beleza, Antony usava uma calça caqui, e uma camisa
branca, com os dois primeiros botões abertos, e um paletó preto, seu cabelo
bronze com gel, meio arrumado e meio bagunçado, já Andy usava um jeans e uma camisa
preta colada a seus músculos, com um terno cinza, seu cabelo era mais bagunçado,
não era adepto ao gel.
Eu os admirava, e observei que igualmente eles estavam
admirados com minha produção.
-que foi? Da para fecharem a boca, entra mosca sabia?
-É que realmente você esta linda.- Antony sempre delicado.
-Cara linda é pouco, você ta gata mesmo, nem diria que é a
mesma.- Andy já era mais extrovertido.
-Da para calarem a boca e agente ir, estamos a trabalho. –
fiz com os braços dois ganchos e cada um enganchou de um lado e fomos para o
carro.
Chegamos a uma casa ao fundo da livraria, ela estava toda
decorada com luminárias e flores estava espetacular, e realmente todos os
jovens chegavam bem arrumado.
-Ainda bem que me arrumei bem.-sussurrei para os dois
-Você esta mais que perfeita, da dez a zero em qualquer uma
aqui.-Andy falou, eu corei.
-Andy dá para ter um pouco de classe. – Antony o reprendeu.
-Tony, a verdade é para ser dita.
Entramos na festa, sorte que os garotos, quer dizer Antony,
já tinha comprado um presente.
-Olá!!! Que bom que vieram, não sabia se estariam aqui.
-Claro Shiv, e quem perde sua festa.
-Tá ! sei que vocês já sabem, mas vou lembra-los para prevenir e para a Mel que não sabe, há
posso te chamar assim?
- Pode Shiv!
-Você fez de novo Shiv????
-Claro, eles não ficam tão divertidos sem meu ponche
especial, então fiquem longe do ponche.
Shiv pegou o presente e o colocou com outros e saiu
cumprimentar mais convidados.
-O quem tem o ponche?- perguntei.-
-Shiv gosta das pessoas animadas, então ela coloca uma de
suas poções todo ano no ponche, desde que tínhamos 15 anos.- Antony me
respondeu.
-Uma vez eu experimentei, mas não recomendo, ela não faz
muito bem, principalmente a caçadores.- Andy completou.
-Então viemos fazer o que?- perguntei
-Ter dor de cabeça.- e Antony respondeu
-Não reclame a ideia foi sua, eu também já estou com dor de
cabeça.
-Porque vocês estão com dor de cabeça?- perguntei
-Lembra que te contei, que entre as pessoas tem muitas que
são diferentes e é difícil identificá-las.
-Sim
-Então, a festa de Shiv reúne muitos jovens, e muitos são
bem diferentes, e nos sentimos, os guardiões. – Antony explicava
-E como aqui tem muitos reunidos juntos e na fase da
puberdade, a sensação é maior, então nos dá dor de cabeça.- Andy completava
-Entendi, e como vamos saber quem estamos procurando.
-Saberemos na hora, como eu senti em meu sonho eu poderei
senti-lo aqui.
A festa estava muito animada, Shiv se manteve afastada de
Andy, e percebi seus leves olhares.
Antony era extrovertido, entendia muito bem como ela se
atraiu por ele. Em meio a varias pessoas ele conseguia conversar com muitos dar
risada, e ainda jogava charme a varias garotas.
Eu estava com cede e evitei o ponche, quando fui a cozinha
avistei uma jarra que parecia um suco, cheirei me parecia normal. Então servi e
tomei, a sede era muita tomei mais um copo.
Fui ate a festa, Antony conversava com shiv, Andry estava
perto da porta, ele me viu e veio conversar.
-Não sentiu nada ainda?- perguntei
-Nada.
Uma musica muito animada tocou.
-Você q2uer dançar, se distrair?- Andy pediu me dando a mão
-Claro.
Começamos a dançar, a minha cabeça começou a rodar, mas logo
passou, eu estava a vontade dançando, de repente fiquei a vontade de mais.
Eu me movimentei melhor do que nunca, e com o dom de
caçadora, era muito simples dançar.
A musica era muito boa e me deixou no clima, Andy se
aproveitou um pouquinho, e também se soltou, e em meio a dança, estava
começando a ter sensações estranhas, mas não queria parar de dançar.
E a musica continuava e eu estava no ritmo, quando eu
avistei dois rapazes conversando, e meu sentido foi avisado, estranho pois eu
não sentia isso.
Eles me olharam estranhos.
Quando eu rodava e dançava, avistei eles e der repente era
como seus rostos se transformassem em lobo.
Me assustei
-Que foi Mel?
-Nada só algo estranho, - eu tinha parado de dançar e minha
cabeça ainda rodava.
-você está estranha.
-nada, só que, aqueles rapazes, apontei,mas eles já não
estavam ali.
-vem comigo.
Andy me levou para fora.
-você está bem?
-Não sei, minha cabeça esta rodando, e juro que vi o rosto
de dois rapazes virarem lobo.
-você os viu, como? Quem são? eu senti a presença mais não
vi quem era.
-Calma, eles sumiram.
Foi quando Shiv e Antony chegaram.
-Que aconteceu com ela Andy?
-Não sei ela não diz coisa com coisa.
-Você não tomou o ponche? – Antony perguntou
-Não eu fui à cozinha e tomei um suco.
-Ho. Não!!!
-Ho, não o que shiv, o que você aprontou?
-nada eu deixei na cozinha uma outra invenção, eu ia testar
mais tarde
-SHIVV!! Os dois gritaram em coro!
-E agora, o que fazemos?- Andy perguntou.
-Eu preparo um antídoto, rapidinho.
-Então vá logo.
-Tony, me ajude que vai rápido.
Fiquei ali sentada com Andry, e comecei a ficar mais estranha
e não falava coisa com coisa, mas não conseguia parar.
-Gostou de dançar? Eu percebi como você me olhava.
-Fique ai quietinha Mel, antes que fale asneira.
-Eu não ia falar asneira, eu iaaa dizerr, que sei porr quee
a Shiv gostou de você e não do seu irmão.
-Viu você vai falar asneira e ainda ta falando enrolando,
igual bêbada.
-Seiiii, você sabe a verdadee, você é mais sedutor...
-Fique quietinha.
-Nâo, a verdade temmm que serr dita, e você é muitoo gato.
-Mel, tudo bem você também é gata agora pare e fique quieta
eu te garanto amanha você vai ficar com vergonha.
Logo Shiv e Tony me deram uma xícara de chá, e aos poucos eu
fui ficando melhor, mas ainda estava animada.
-Shiv, quanto tempo?
-Ela vai melhorar mas o total efeito só amanha depois de
dormir.
-Conte a eles Anndy, sobre o que eu vi.- ainda estava
arrastando um pouco as palavras.
Andry contou, e eles acharam melhor procurar no dia
seguinte, visto que Shiv sabia aonde encontra-los.
-Então vamos curtir mais a festa meninos.
-Mel, acho melhor levar você para casa.
-Não, desde que eu vim a essa cidade não me divertia tanto.
-Tudo bem, só cuidado com o que toma, eu vou ficar fazendo a
ronda e Andy cuida de você.
Ficamos mais um pouco na festa,mas depois de uma certa hora eu
não me lembrei de mais nada.
(***)
Acordei com a cabeça latejando, estava em minha cama e com o
mesmo vestido, só minha s sandálias não estavam nos pés.
Desci ate a cozinha atrás de aspirinas. E avistei Andy no
sofá da sala, deitado sem camisa, demorei olhando seu peitoral,e quando ele se mexeu
corri para cozinha.
Liguei a cafeteira, servi água em um copo peguei a aspirina
e tomei, quando ele apareceu na porta da cozinha ainda sem camisa.
-oi, bom dia!
-Ui- que susto.- me afoguei.- porque você dormiu aqui?
-você me pediu.
Meu deus eu não lembro de nada!
-E quem me colocou na cama?
-eu, tirei sua sandália, você pediu para eu ficar com você
lá.mas eu não iria me aproveitar de você naquele estado.
Enterrei meu rosto nas mãos,
-Ai meu deus, e o que mais aconteceu.
-Nada de mais, não dá para levar em conta.
-Me diz, tenho que ficar muito envergonhada?
-Um pouco!! Mas já disse não vou levar em conta, você só fez
uma declarações, elogiou meu cabelo,meus olhos e ai meu peitoral...
-Chega, já estou envergonhada de mais.
A companhia tocou.
-Pode deixar, eu atendo.
-você vai assim?
-é só meu irmão.
Andy abriu a porta e eu apareci na porta da cozinha, eu
estava com o mesmo vestido da noite passada, e Andry sem camisa, Antony me deu
uma encarada e um olhar de tristeza se formou, imediatamente eu sabia o que ele
estava pensando.
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