09 junho 2013

CTM-Capítulo 34- Try Parte 2

CTM cap34

Try Parte 2

POV Bella

Tudo que sei é que nada é o que parece ser, parece lei de Newton, mas é realmente o que a vida é. E quanto mais eu vivo, menos eu sei sobre a questão do certo e do errado.

Eu não sei exatamente nada do que reserva o futuro.

Passado, presente e futuro, tempos relativos à minha existência, eu me sinto presa a uma vida cheia de erros e escolhas erradas, pois se dizem que nós escolhemos nosso destino, eu escolho errado desde o primeiro instante em que decidi entrar nesta vida.



Eu estava aflita e desolada em meu apartamento, algumas horas atrás Christian havia me deixado ali plantada na garagem e foi grosso e estúpido, eu sabia que algo na casa de seu pai o deveria ter feito ficar daquela forma, mas tinha algo mais, meu coração era esmagado por esta atitude.

Eu simplesmente subi ao nosso andar, e retirei a roupa de festa, enquanto isso eu ia ponderando a situação em minha mente, a questão vital era que eu não me sentia feliz não mais, estava nua em frente ao espelho e não via nada mais que um corpo sem vida, estava mais magra, sim, enjoos e até mesmo meu humor não colaboravam com meu apetite, a única coisa que se destacava era a leve saliência em meu ventre, que indicava que ali crescia uma vida, a pequena vida que era fruto de um momento feliz, se eu fui feliz em minha vida eu fui nos braços de Edward fui enquanto era Ana sim, era uma mulher feliz.

Coloquei minha roupa, e sentia um vazio. Onde estava Christian? Sei que não era digna de sentir ciúmes dele, e não sei se eram ciúmes, mas eu sentia uma angústia por estar ali deixando minha felicidade e meus desejos de lado para ele, e simplesmente ser deixada de lado agora.

Peguei meu celular e estava novamente com aquela vontade louca de ouvir Edward, a sua voz, mesmo irritado do outro lado sem saber quem era.

Abri as configurações e escondi o id novamente e liguei para ele.

– “Alô.” – aquela voz linda e rouca fazia-me derreter, eu contava os segundos, ele logo se irritaria.

– “Olha aqui seu imbecil que fica me ligando, não tem mais o que fazer? Saiba que já encheu o saco!” - Ele irritado era mais lindo ainda, eu reprimia um sorriso, pois meu coração estava aflito eu queria gritar e dizer que era eu, queria fazer ele ouvir minha voz, mas não podia, ele continuava a falar:

– “Ai que merda de vida! Sabe já que me liga talvez seja mudo, e queira se comunicar olha amigo sei lá quem é, veja a minha situação eu estou aqui em frente à casa da única pessoa que amei na vida, e sabe meu caro amigo a vida é uma droga, eu estou bêbado sim um bêbado é o que me tornei e já estou farto disso.”.

Eu fiquei chocada Edward estava bêbado e em frente a minha casa? Seria verdade?

Eu suspirei e deixei escapar um leve assovio de minha voz corri até a janela, mas a noite impedia que eu visse alguma coisa, e estava no último andar isso seria impossível mesmo, eu andava de um lado para o outro enquanto ele continuava falando.

– “Bem é uma mulher que está aí? Ah não fala nada, então escute vocês são absurdas vocês nos fazem nos apaixonarmos e depois o que fazem? Descarta-nos como se fôssemos lixo, pois é assim que me sinto, um lixo.”.

Meu coração estava esmagado, eu respirava pesadamente e era imprescindível que Edward identificasse e logo ele teve a luz.

– “Bella” — ele disse do outro lado da linha uma dor invadiu meu ser, eu sabia que não podia, mas eu queria vê-lo. E tudo me levou a isso, a estar aqui agora.

Eu cheguei a seu prédio praticamente arrastando ele, dirigi seu carro, e o porteiro me ajudou a subir Edward pelo elevador, entramos no apartamento e o deixei deitado no sofá.

– O Senhor poderia chamar um taxi para mim?

Olhei para Edward deitado no sofá desprotegido e sozinho, passei as mãos em seu cabelo, e saí de lá.

Cheguei a casa e nada de conseguir dormir, eu estava andando de um lado para o outro, muito preocupada, Christian não chegava nunca.

O ódio parecia vir de algum lugar que eu não sei, não me lembro de sentir nada por ele, ele não é nada para mim, ou é? Claro que sim, eu sinto raiva dele.

Deixar Edward daquela forma em seu apartamento me deixava confusa, ao mesmo tempo em que meu coração estava esmagado por esta situação estar ali sozinha e não saber onde Christian estava me deixava aflita.

As horas se estendiam pela madrugada, o sono não vinha, e esta maldita dúvida de onde Christian estaria?

Estava na sala, não conseguia ficar em meu quarto, estava sufocante, o barulho do relógio estava me irritando, os enjoos me deixavam tonta, olhava as bebidas e sabia que nem poderia me aliviar, estava carregando uma vida dentro de mim, sim uma vida que mal veio a este mundo e já tem que aguentar a pressão.


Ouvi um barulho de porta, provavelmente sendo aberta e meus olhos disparando para lá, como lâminas de fogo, no mesmo instante olhei para o relógio, e já havia passado das sete da manhã, como pode uma noite passar sem ao menos eu perceber?

Christian abria a porta pisando levemente ao entrar, parecendo que não queria que ninguém pensasse que ele estava entrando.
– Achei que nunca mais ia chegar. - Falei o encarando com meu olhar mortal, eu cruzei meus braços e o encarei batendo um de meus pés no chão.

– Pensei que não se importasse comigo. – Falou cruzando os seus braços, também em sinal de protesto, seu tom era rude.

– E não me importo.

– Então, por que me esperou? - Um leve sorriso sarcástico saía de seus lábios, ele se direcionou ao bar e serviu uma bebida.

–Por que... Por que... - Não me vinha nada em mente, nem mesmo eu entendia o porquê desta minha insistência em se preocupar de seu paradeiro.

– Ficou sem palavras? – Ele foi se aproximando. Achei que ele tentaria algo, ele me encarou firme nos olhos ainda sorrindo.

– Claro que não. – Recuei um passo, ele estava perto demais, a respiração batendo contra meu rosto, seu perfume delicioso... Que porra de pensamentos é esse, Isabella? E por que eu estou estressada? Que merda, por um instante eu esperei aquele Christian que me faria o beijar, sem nenhum esforço, mas não.

– Se não é nada, dá licença que eu vou viajar. – Ele recuou bebendo a bebida. Passou por mim e subiu as escadas.

– Para onde você vai? – Subi atrás dele, fui o seguindo andando em seu encalço, entrando no quarto dele, o qual já fora nosso, feito um furacão.

Ele pegava uma mala, abriu-a em cima de uma bancada baixa, abriu todas as portas do closet e pegou algumas roupas, de camisas sociais á bermudas leves, colocou tudo na mala e a fechou. Pegou uma pequena bolsa e colocou cuecas, perfumes e coisas do gênero. Todos seus passos eu observava da soleira da porta, ele agia naturalmente e lentamente.

– Para onde você vai? – Repeti batendo o pé repetidamente.
– Viajar. - Disse como se fosse algo tedioso. E continuou fechando suas malas, ignorando minhas perguntas.

– Eu perguntei para onde e não o que vai fazer.


– Eu vou viajar a negócios com a Leila, minha assistente. – Pegou as malas e desceu novamente as escadas.

– Para onde? – O ódio cresceu novamente.

– Não interessa! Não é você mesma que nunca quer saber sobre meus negócios?

– A merda que não me interessa! Eu sou a porra da tua mulher, você me deve satisfação! – Gritei soltando o que estava reprimido.

– Eu te devo? Isabella eu não te devo nada. - seu sorriso malicioso mostrava que estava sendo divertido para ele aquela situação.

– Eu sou a sua mulher!

– Agora você é? Quantas vezes você me negou? Quantas vezes você me largou? Você sumiu! Deixando-me! Foi para outro lugar! Eu contratei um detetive para te achar! Levou tempo e muito! Você me deixou primeiro! - Ele agora me encarava com fúria em seu olhar como se fosse uma vingança, ele gritava.

– Eu apenas queria voltar a ser o que era! - Meu instinto idiota me fez recuar por um instante e abaixar a cabeça.

– Então volte! O que te impede? Ah está com medo de o seu queridinho ir para cadeia! Vocês mulheres são patéticas, você Isabella é a rainha não está vendo, nunca me amou e agora está aí toda cheia de moralismo de esposa.

– Ainda bem que você sabe! Eu não te amo, nunca amei e nunca vou amar! Você não é nada para mim! Você não passa de uma pessoa que sou obrigada a aguentar todo dia! Que tenho que ver a cara a cada instante! Até o seu rosto me dá nojo! Você me dá nojo! – Sua mão se levantou, fechei os olhos e esperei o baque, mas... Ele não veio. Simplesmente ele segurou.

– Eu te amei, sim, mas passou - Ele deu de ombros. Pegou a mala e saiu pela porta batendo-a.

– Vá então, mas quando voltar, não espere que eu esteja aqui! – Esmurrei a porta e caí sentada ali, chorando.

Quem aquele idiota é para mexer comigo? Eu não sinto nada por ele! Ele não é nada para mim! Eu não o amo! Nunca amei!

Será? – uma voz sussurrou dentro da minha cabeça.

(***)

Eu não sabia o que fazer, nem para onde ir, a hora passava e eu estava me afogando naquele mar de angústia. Eu somente pensei na minha cabeça que o único que eu poderia estar era com Edward.

E por isso agora estou aqui sentada com ele depois de fazermos sexo, eu não me sentia culpada nada eu somente estava com raiva. Eu tinha plena certeza de que Christian não estava sozinho, e eu não ia ficar pagando de esposa de fachada para ele não.

– Bella eu não acredito que está com ciúmes dele!

– Não estou com ciúmes estou somente pensando nesta situação ridícula que estamos.

– Bem se não fosse você inventar isso não estaríamos

– Edward não me culpe! Você não sabe de nada.

– Não sei, pois você não me deixa saber de nada.

Ele estava visivelmente nervoso com isso realmente.

Edward levantou-se e foi ao banheiro, escutei o chuveiro sendo ligado, eu estava extasiada e nervosa, eu odiava aquela situação, odiava a forma que estava rumando tudo, mas eu decidi uma coisa eu não voltaria aquela casa jamais. Christian não poderia fazer isso comigo.

Olhei e Edward saía do banho, eu decidi tomar um também, quando a água quente descia por meus músculos eu deixava minha mente vagar em minhas decisões, eu queria por um fim em tudo.

Saí do banho olhei para Edward sua cara não era muito boa, ele me encarava sério, sabia o que queria dizer, que ele não estava satisfeito com minha atitude.

– Edward desculpa eu estou confusa, mas estou decidida que tenho que ficar com você!

Seus olhos brilharam a minha decisão, mas se manteve afastado.

– Eu queria não ter visto toda a realidade esta merda de vida onde as pessoas reais nem sempre são reais demais, eu só sei Edward que estou farta disso, estou farta de viver esta mentira toda, este sim é nosso filho Edward. - Pegava em meu ventre agora vendo a realidade, sim era nosso filho, onde estava com a cabeça em tentar negar isso?

– Porque me fez chorar tanto Bella, porque nos fez sofrer? - eu via a indignação se dissolvendo, mas ao mesmo tempo eu via que ele ainda estava com raiva

– Eu fui chantageada.

– Chantageada? Pelo Christian? O que ele poderia fazer me deixar trancado na cadeia? - ele debochava indignado como se fosse uma ameaça tola.

– E sim isso não é motivo suficiente?

– Não Bella, me poupe, eu sei que seria uma barra tentar sair, mas não é necessário tal sacrifício eu não quero isso, eu não quero um sacrifício eu quero você!

– Estou dando adeus a isso, a este estilo de vida a esta merda toda Edward.

– Bom mesmo, pois é meu filho que está aí dentro, e eu vou lutar por ele.

Quando eu ia me aproximar de Edward o seu telefone tocou.

Ele foi atender e saiu de perto, eu somente sabia que eu teria de enfrentar muita coisa com esta decisão, mas estava preparada.

– Bella.

– Sim Edward.

– Vou ter que sair um momento, mas eu te peço que fique aqui para sua segurança, até sabermos quando Christian, volta é melhor assim.

– Tudo bem eu fico aqui.

– Olha eu vou ter que me encontrar com um amigo meu. O que eu mais queria era ficar aqui e terminar de discutir isso, mas não posso abandona-lo.

– Ok.

– Bella você conhece este amigo, é Jake Hyde.

– O namorado da Mia?

– Sim, Bella ocorreu alguma coisa ontem na casa dos Grey?

– Não que eu me recorde, Christian estava nervoso, mas nada mais fora do normal.

– Olha eu vou saber de umas coisas, mas por favor Bella espere aqui eu vou te contar tudo assim que eu voltar eu juro vou te contar tudo!

– Edward o que tem a ver a casa dos Grey com Jake? E você?

– Bella escute confie em mim.

Eu simplesmente concordei com a cabeça, assim que ele saiu eu andei de um lado para o outro, estava aflita eu não poderia entender como em horas minha vida mudou novamente o rumo.

Olhei para o apartamento, a bagunça, as garrafas de bebida espalhadas pela mesa, vi que eu tinha feito, eu tinha feito Edward ir ao mais fundo do poço.

Sim eu era a culpada desta droga.

Enquanto meus pensamentos me atormentavam, o meu telefone tocou, imaginei ser Christian, mas ao olhar no visor o espanto foi maior.

– Mia.

– Bella.

Ela estava do outro lado da linha chorando parecia desesperada.

– Mia o que ouve onde esta?

–Bella, por favor, eu necessito de sua ajuda estou aqui na cafeteria de sempre, por favor.

Lembrei-me do pedido de Edward para esperar por ele, mas somente tomar um café não faria mal.

– Estou indo Mia.

Peguei minha bolsa e pensei em deixar um bilhete. Mas que merda, estamos no século XXI! Saquei meu celular e uma mensagem eu mandei, se ele estivesse ocupado ele leria depois.

Algumas coisas encaixaram em minha mente assim que eu seguia o caminho da cafeteria, Jake estava com Edward com certeza algo aconteceu para Mia querer falar comigo.

Cheguei à cafeteria, vi Mia sentada e seus olhos estava cobertos com um óculos escuros.

– Mia!

– Bella! – ela levantou e me abraçou a senti começar a chorar mais.

– Me conta o que ouve.

– Bella nem sei por onde começar, primeiro eu descubro que minha mãe é uma mulher horrível e meu namorado na verdade quer uma vingança contra ela.

– Espere um pouco me conte direito.

Entre soluços fizemos um pedido de café, mas Mia somente chorava ao contar tudo que houve na biblioteca do Grey ontem na festa.

– Mia isso é muito grave!

Eu analisei a situação e vi que realmente não fora somente Christian que sofrera, havia outros. Helena era a mais baixa das pessoas.

Aquilo estava me dando enjoo só pensar em toda esta situação.

Até sem palavras eu fiquei.

– E seu pai o que disse ou fez disso tudo? Ela é uma assassina não pode sair impune!

– Meu pai veio falar comigo Bella, mas ele não quer um escândalo envolvendo a família ele quer somente que mamã... Helena se afaste de nós.

– Você já falou com ela?

– Não, ela tem me ligado a manhã toda, mas eu não atendi, eu não quero ouvir a voz dela, mas ao mesmo tempo é minha mãe eu queria ouvir seu lado. Ai Bella somente de imaginar ela e Christian, ela e Jake... Ai isso é nojento.

– Pior você nem sabe da metade! - já que a merda estava no ventilador resolvi jogar o resto da caixa.

– O que você quer dizer? Já sabia disso?

– De algumas coisas sim, e sobre Christian e sua mãe...

– Bella? Como pode saber disso e ainda estar casada com ele? Não me contar?

– Mia há coisas piores na vida do seu irmão. E pior eu me envolvi a um ponto alto disso, e jamais poderia contar tais coisas a você.

– Não vai me dizer que aquele tipo de vida...?

Ela fez uma cara de espanto retirou os óculos o que deu para perceber seu olhar.

– Sim, e pior fui que eu fugi disso.

– Bella e agora espera um filho dele, meu pai nem quer vê-lo, ela sabe que Chris era jovem e tudo, mas ele nunca contou para meu pai. Ele está magoado, e você Bell a e esta criança?

– Não é dele.

– O que? - Mia agora estava mais espantada.

– Não é de seu irmão, mas é algo muito complicado.

Neste instante o telefone dela tocou.

– Atenda Mia.

– Não vou atender ou é Jake ou é Helena.

– Veja quem é!

Ela olhou o visor e vi seus olhos enxerem de lágrimas.

– É ela novamente, ai Bella eu não tenho forças.

– Atenda mande-a pastar, mas a faça parar de te ligar.

Ela atendeu ao telefone, mas quando ia abrir a boca para falar algo ela se calou e somente ouviu o que a bruxa falava do outro lado.

– Mãe olha entenda eu quero um tempo.

– Estou com a Bella na cafeteria, por quê?

Ela desligou o telefone.

– O que foi Mia?

– Ela quer me ver, mas eu disse quer quero um tempo, mas ela desligou acho que vai me deixar em paz.

– Mia eu sei que sua situação é terrível, mas não sei nem o que dizer!

– Vejo que somos duas com problemas, mas este filho Bella? De quem é?

Comecei a contar a ela sobre meus dias em Oro Vale, rimos juntas. Mesmo ela sendo irmã de Christian estava entendendo meu lado, contei tudo até a volta e Edward meu segurança, e a descoberta da gravidez.

– Bella, agora eu acho que meus problemas diminuíram, mas mesmo assim eu ainda preciso falar com Jake e logo.

Neste instante a vi olhar para trás de mim, e ficar pálida.

– O que foi Mia?

– Bella... É a...

– Ora, ora, se não são as duas patéticas juntas!

– Olhei para trás e Helena estava bem atrás de minha cadeira senti um cano gelado entre meus braços.

– Vamos quero que as duas levantem-se e venham comigo.

– Mãe o que é isso deixe a Bella vamos conversar apenas nós duas!

Helena mostrou discretamente a arma que estava apontando para mim.

– Não me venha com mãe, vamos as duas!

Levantamos deixamos o dinheiro do café na mesa, e fomos andando até um carro de vidros escuros, Helena mantinha a arma apontada para mim.

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